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História da União Desportiva Vilafranquense: A Fusão

Emblema da União Desportiva Vilafranquense

União Desportiva Vilafranquense, Fundado em 12 de Abril de 1957

Da fusão de quatro colectividades desportivas de Vila Franca de Xira:

- Grupo de Futebol Operário Vilafranquense
- Águia Sport Clube Vilafranquense
- Ginásio Vilafranquense
- Hóquei Clube Vilafranquense.


No ano de 1943 ventilava-se já nas páginas da Vida Ribatejana a crise existente nas respectivas colectividades: carências de recursos de toda a ordem. que afectavam todas as colectividades: financeiras, infraestruturas e de actividades desportivas e recreativas, que se resumiam ao futebol, bailes e também com evidentes limitações para as actividades culturais.

A população vilafranquense carecia e merecia outros rumos, na busca de novos seios para ocupação de tempos livres e melhorar as actividades associativas da juventude. As opiniões e ideias chocaram-se. Nasceram duas correntes apaixonadas: uma a favor da fusão. outra contra a fusão.

Convidados vários desportistas dos clubes locais a unirem-se no salão nobre da Câmara Municipal do Concelho, sendo-lhes exposta em traços largos, a ideia de se formar um só clube, unindo os valores dispersos e trabalhando-se para que o desporto se guindasse ao dar que tinha jus. Foram criadas várias iniciativas entre elas o convite dirigido e aceite aos presidentes dos clubes lisboetas: Atlético e Oriental para, no cinema local, testemunhassem aos desportistas vilafranquenses os benefícios da fusão dos seus anteriores clubes.

"A partir daí, só se passaria a contar com vitórias no campo desportivo, social e cultural. Fizeram-se palestras e reuniões na Câmara Municipal com multidões ávidas em conhecer os propósitos dos responsáveis pelo Município. A satisfação era enorme e estralejavam foguetes. Comeu-se e brindou-se ao neófito clube! Eis que se alvitra a fusão!"

Pouco mudaria até meados da década de 1950, onde "Vila Franca de Xira tinha quatro colectividades desportivas que em precárias condições, iam sobrevivendo. Duas dessas colectividades dedicavam-se principalmente ao futebol, outra ao 'hóquei patinado', e outra à vela, campismo e 'actividade cultural'. No entanto, verifica-se que a pretexto das suas cíclicas crises de estrutura, que sempre atravessaram, "iam-se extinguindo em virtude da massa associativa estar dividida e em boa hora se começou a pensar na fusão dos clubes, já imaginada desde a década de 1940 mas só possível, principalmente, com a promessa de um Ginásio-Sede pelos seus promotores, resultando assim da fusão, a solução para o progresso do desporto Vilafranquense".

"A partir daí, só se passaria a contar com vitórias no campo desportivo, social e cultural. Fizeram-se palestras e reuniões na Câmara Municipal com multidões ávidas em conhecer os propósitos dos responsáveis pelo Município. A satisfação era enorme e estralejavam foguetes. Comeu-se e brindou-se ao neófito clube! Eis que se alvitra a fusão!"

Reunião nos Paços do Concelho
Na histórica noite de 29 de Dezembro de 1955, a convite do Sr. Presidente da Câmara Municipal José de Sousa Nazareth, reuniram-se no salão nobre dos Paços do Concelho, as direcções dos clubes desportivos de Vila Franca de Xira: Dr. Vidal Baptista do Operário Vilafranquense; Filberto Barquinha do Águia Sport Clube Vilafranquense; Júlio Serra Sabino do Ginásio Vilafranquense e Horácio Cunha do Hóquei Clube Vilafranquense

"Depois de haver exposto o motivo da reunião: a fusão (ou não) dos clubes desportivos locais, manifestou o desejo de que a bem de Vila Franca, aqueles dirigentes expusessem o dilema às assembleias gerais das suas colectividades, a fim de tomar-se posição nesse magno assunto, que interessa sobremaneira, a toda a população Vilafranquense. Citando que as 'fusões' já conhecidas, dos clubes desportivos noutras terras só lhes trouxeram benefícios de ordem material e moral».
Afirmou ainda que "a existência de clubes rivais na mesma terra ocasiona por vezes, rixas, desarmonias e mal-estar entre os habitantes, o que é lastimável, visto que o Desporto deve somente contribuir para maior e melhor aproximação entre os homens, para a sua cultura física e educação moral, e nunca para fomentar ódios e malquerenças."
Campo do Águia em 1951
Nesse tempo, existiam rivalidades doentias, mas sobretudo entre os dois primeiros clubes - Operário e Águia. Para além da projectada auto-estrada Lisboa-Vila Franca de Xira que 'cortaria' ao meio o campo do Águia, sem ter sido considerada outra alternativa no seu traçado, talvez menos punitiva para o ordenamento ambiental de Vila Franca de Xira.

Desta forma, a inesperada proposta de 'fusão' das principais colectividades desportivas, facilitaria a expropriação dos terrenos do campo de futebol, utilizados pelo destinados à construção do viaduto da auto-estrada e evitaria assim os encargos da reposição noutro local, de um novo campo de jogos. (Infelizmente, esta decisão não proporcionaria qualquer compensação no imediato ao desporto Vilafranquense de então, e privaria a juventude local do seu melhor campo de jogos, quer pela localização privilegiada - sem estar em causa a eventual fusão, uma vez desejável mas não imposta).

Assim escamotearam-se os contextos diferentes entre os objectivos a alcançar e como se evocaram os benefícios almejados pela "fusão dos clubes desportivo noutras terras, em especial do Atlético Clube de Portugal, e do Clube Oriental de Lisboa, dois grandes pilares do desporto lusitano, e um grande clube - como o da vizinha vila de Torres Vedras" bandeira que se agitaria repetidamente.

Porém, o Atlético e o Oriental foram constituídos pela iniciativa exclusiva dos seus associados, sem patrocínios oficiais e sem quaisquer apoios, mesmo com dificuldades de vária ordem, mantiveram alguma actividades desportivas mais populares e dispendiosas como a participação na 1ª Divisão de Futebol, até às épocas 1973-74 e 1974-75. Conquanto os vilafranquenses considerem que Vila Franca "não é melhor nem pior, é diferente" - Assim se apostou no risco cujo sonho se arrastou durante 32 anos...

Nas Assembleias Gerais das colectividades afirma-se (desconhecendo-se o intuito) que o município, logo após a fusão, construiria um ginásio-sede para o novo clube, dotado de amplas instalações sociais, a par da possibilidade da prática de modalidades que por falta de recinto, até aqui não eram desenvolvidas.

Os associados (não na totalidade), acorrentados por aquelas promessas, dão o seu aval, possibilitando assim a a criação do União Desportiva Vilafranquense, em 12 de Abril de 1957.

Vida Ribatejana, 21 de Janeiro de 1956
Da fase formal da fusão

«Realizou-se por fim nos Paços do Concelho, uma reunião dos delegados acima referidos, com o presidente da Câmara, a quem deram conhecimento oficial dos resultados das assembleias gerais, sendo nessa altura nomeados para a Comissão de Estudo das Bases para a fundação do grande Clube Desportivo de Vila Franca»:

- Total de votantes: 410
- Votos de aprovação: 335


Resultados de baixo significado para uma população de cerca de 20 000 habitantes dispersas pelos 4 clubes desportivos.

«Estes delegados nomeados nas assembleias gerais dos referidos clubes, com poderes especiais para juntamente com o presidente da Câmara e com os delegados das restantes colectividades desportivas estudarem e assentarem as bases do problema da fusão». «Foram efectuadas sessões de propaganda da 'fusão' e da constituição da nova e grande colectividade; palestras e conferências de jornalistas e de importantes elementos e dirigentes desportivos de Lisboa e de outras terras, entre eles - de novo - representantes de "Atlético" e do "Oriental". "A adesão incondicional à Comissão Organizadora da Grande Associaçãi Desportiva, que a Vila Franca trará progresso e ordem - e uma nova vida e desenvolvimento incalculáveis."

Os elaborados estatutos do clube, depois de aprovados em Assembleia Geral, foi rejeitada a sua homologação pelo governo civil com fundamento na denominação de "Sport União Vilafranquense", proposta inicial do Dr. Vidal Baptista. Tal facto baseava-se no anglicismo "Sport", inexistente na ortografia portuguesa, conforme concordata da língua luso-brasileira.

Feita a correcção, surge então a adoptada denominação de União Desportiva Vilafranquense - U.D.V. ao fim de cerca de 108 anos de actividade desportiva, cultural e recreativa (somatório dos anos de existência de cada uma das quatro colectividades até 1957):

Operário Vilafranquense
- Grupo Foot-ball Operário Vilafranquense (44 anos), fundado a 6 de Março de 1913, tivera durante a sua existência altos e baixos, porém os tempos eram áureos, as conquistas de lugar de destaque em vários campeonatos da Associaç~eo de Futebol de Lisboa e de Santarém aconteciam.

É de lembrar aquele que talvez tenha sido o facto mais brilhante da sua história, a vitóriac face à equipa da C.U.F. por 4.2, deixando assim ao futebol de Vila Franca uma glória a não esquecer.

A não esquecer também na memória de alguns vilafranquenses, a famosa linha de avançados, entre os quais se destacam: Amorim, Pineta, Salvaterra, Câncio, entre outros.


Águia Vilafranquense
- Águia Sport Club Vilafranquense (34 anos), fundado em 3 de Maio de 1923, mais jovem portanto que o Operário, não se deixava render, também lutando arduamente para poder alcançar ou ultrapassar o seu mais directo rival, para assim poder ter uma posição de destaque na vida desportiva da terra.

Também o Águia teve grandes nomes nas suas equipas como Alvarinho, Pereira, Júlio Bico, Chico Alemão, entre outros.

Também deixaram grandes recordações aos seus adeptos Manuel Bico Júnior, Francisco Victorino («Chico Alemão») e Francisco Machão.



Ginásio
- Ginásio Vilafranquense (24 anos), fundado em 1933 aderiu prontamente à fusão, contribuindo assim para um maior engrandecimento cultural, recreativo e desportivo desta vila. A sua contribuição foi bastante valiosa na criação da "secção cultural" originária da "Biblioteca Alves Redol", que no seu

- Hóquei Clube de Vila Franca (7 anos), fundado em 1951, teve como instalações desportivas o ex-pavilhão do CASI, no qual tiveram uma interrupção de cerca de dois anos nas suas actividades, devido às declarações da Associação de Patinagem de Lisboa, por o rinque não ter as medidas mínimas exigidas, apesar de nele já terem sido disputados outros campeonatos.

O Hóquei também deu importantes honras à sua terra. Sem rival, pois sendo o único clube da sua modalidade, não deixou de lutar para alcançar posições importantes nas jornadas em que participaram. Recordemos o 3º lugar em Juniores, na Associação de Patinagem do Sul, Campeão da II Divisão, com direito a subir à I Divisão Nacional. Assim na memória dos Vilafranquenses ainda lhes soam nomes como: Cunha. Ricardita, Casquinha, Doninha, entre outros

início contava com cerca de 1300 volumes. Criou já na U.D.V. diversas manifestações de âmbito cultural, a secção náutica, ginástica, campismo desportivo e recreio, corno exposições de arte e palestras.

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